sexta-feira

ONG denuncia "epidemia" de ataques sexuais em acampamentos no Haiti

Mulheres abusadas também sofrem com a falta de atendimento médico

Hector Retamal/24.03.2011/AFP
Mulher carrega bacia na cabeça pelas ruas da capital do Haiti, Porto Príncipe. País vive "epidemia" de ataques sexuais nos acampamentos de refugiados, que se formaram após o terremoto de janeiro de 2010
As mulheres que vivem nos acampamentos de desabrigados no Haiti sofrem uma "epidemia" de violência sexual, passado mais de um ano do violento terremoto de 7 graus na escala Richter, que destruiu a capital do país, Porto Príncipe, e deixou mais de 220 mil mortos. A denúncia foi feita por várias organizações de proteção à mulher à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) nesta sexta-feira (25).

A diretora do grupo feminista Madre, Lisa Davis, confirmou o problema.

- Existe uma incessante epidemia de violência sexual e de impunidade constante.

A CIDH, subordinada à OEA (Organização de Estados Americanos), emitiu medidas cautelares em dezembro de 2010 nas quais solicita ao governo haitiano que tome medidas para frear a violência sexual contra mulheres e meninas e melhore o acesso à saúde e à Justiça.

Em muitos acampamentos, as mulheres não possuem banheiros privados e devem tomar banho à vista de todos. Eramithe Delva, cofundadora da organização Kofaviv e vítima de violência sexual, explica que o acesso delas a comida, a atendimento médico e à água é limitado.


Em função disso, quando tentam denunciar o crime, encontram dificuldades, principalmente, pela falta de um atestado médico.
Kofaviv registrou 465 casos de estupro em campos de refugiados durante 2010, e nos dois primeiros meses deste ano já foram contabilizados 90.

No último domingo (20), os haitianos foram às urnas para o segundo turno das eleições presidenciais e legislativas no país.

Cerca de 4 milhões de eleitores foram convocados para escolher o presidente que sucederá René Préval. Os candidatos são a ex-primeira-dama Mirlande Manigat e o cantor e humorista Michel Martelly. Também serão eleitos sete dos 30 senadores e 79 dos 99 deputados.

Da Redação com R7

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