sexta-feira

IBGE: inflação oficial desacelera a 0,80% em fevereiro

Nos últimos 12 meses, índice acumula alta de 6% - acima da meta do governo

Pesquisa: É importante comparar preços antes de comprar o material escolar de seu filho No IPCA de fevereiro, o grupo educação, com alta de 5,81%, foi responsável por 51% do índice (Jupiterimages)
A alta dos preços preocupa economistas, que acreditam que o Banco Central já perdeu a batalha contra a inflação este ano
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial do governo, acelerou a 0,80% em fevereiro, de acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira. Com o resultado, o índice acumula alta de 6,01% nos últimos 12 meses. Em fevereiro de 2010, a taxa havia ficado em 0,78%.

A alta dos preços preocupa economistas, que acreditam que o Banco Central já perdeu a batalha contra a inflação este ano. O boletim Focus, pesquisa elabora pelo BC com o mercado financeiro semanalmente, aponta alta do IPCA de 5,8% no final do ano, longe do centro da meta estabelecida para 2011, de 4,5%.

Na última quarta-feira, o Comitê de Política Monetária do BC elevou a taxa básica de juros da economia (Selic) em 0,5 ponto porcentual. A elevação já era esperada pelo mercado financeiro, que a avaliou como insuficiente para conter a inflação.

O grande vilão do IPCA de fevereiro foi o grupo educação, com alta de 5,81%, responsável por 51% do índice. Refletindo os reajustes típicos do início do ano, o aumento de 6,41% nas mensalidades dos cursos de ensino formal constituiu-se na maior contribuição individual do mês. Os demais grupos, com exceção de artigos de residência, despesas pessoais e comunicação, apresentaram taxas inferiores às de janeiro.

A variação do agrupamento dos produtos não alimentícios, incluindo o grupo educação, subiu 0,98%, ante aceleração de 0,73% em janeiro. A alta no grupo das despesas pessoais (de 0,83% para 1,43%) foi decorrente do aumento nos preços dos cigarros (de 0% para 3,64%), além dos jogos de azar (de 0,86% para 9,72%) e dos salários dos empregados domésticos (0,91% tanto em janeiro quanto em fevereiro).

Já o grupo de transporte (de 1,55% para 0,46%) teve a taxa reduzida de um mês para o outro, sob influência da menor variação de preços em itens importantes na despesa das famílias. O principal deles, as tarifas dos ônibus urbanos, passou de 4,13% para 1,30%, refletindo a complementação de reajustes ocorridos em janeiro e parte de reajuste em vigor em fevereiro.

No grupo habitação (de 0,61% para 0,32%), vários itens tiveram a taxa de crescimento reduzida de janeiro para fevereiro, a exemplo da mão-de-obra para pequenos reparos (de 1,43% para 0,47%), condomínio (de 1,27% para -0,90%) e artigos de limpeza(de 0,81% para 0,08%). Vestuário (de 0,12% para -0,25%) e saúde e cuidados pessoais (de 0,47% para 0,31%) também ficaram inferiores a janeiro.

Nos alimentos (de 1,16% para 0,23%) foi forte a redução na taxa de crescimento, com vários produtos em queda de um mês para o outro. É o caso das carnes (de -0,19% para -2,81%), que ficaram com a principal contribuição negativa.

Dentre os índices regionais, o maior foi o de São Paulo (1%), influenciado, especialmente, pelos grupos alimentação e bebidas(0,39%) e transportes (0,96%), com resultados acima da média. Fortaleza, cujo reajuste nas mensalidades escolares ainda não foi apropriado, constituiu-se na região de menor resultado (0,22%).

INPC – O IBGE também divulgou a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), de 0,54% em fevereiro. Com isto, o acumulado do ano fechou em 1,49%. Considerando os últimos 12 meses, o índice situou-se em 6,36%.

Da Redação VEJA

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