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Nesta segunda-feira, completa um ano da morte de bancário Everton Belmont, assassinado a tiros

 
Um ano se passou desde a morte do bancário Everton Belmont, assassinado a tiros após uma discussão com o corretor de imóveis Wagner Soares Nóbrega, por conta de um cheque no valor de R$ 500. Doze meses, uma audiência de instrução, um pedido de prisão preventiva negado e a dor de uma família, que vem travando uma luta com as próprias mãos para que o caso não seja esquecido e para que o assassino, que alega ter disparado cinco tiros em legítima defesa, seja preso pelo crime que cometeu.

Na noite de domingo, dia 13, familiares e amigos participaram de uma missa, na capela da Ordem Franciscana Secular, no bairro de Jaguaribe, em memória ao bancário. Durante a celebração, amigos realizaram homenagens e se emocionaram enquanto faziam um apelo por justiça pela morte do rapaz, que era formado em Administração e trabalhava no Banco Real.

Mesmo após tantos meses, o réu confesso do crime não foi pronunciado pela Justiça e permanece em liberdade. A dor que persiste pela morte do filho e a sensação de impunidade gerada pela demora no andamento do processo fizeram com que a mãe de Everton, a dona de casa Ana Gláucia Belmont, não acreditasse mais que o assassino de seu filho possa ser preso. "Não consigo mais acreditar na justiça dos homens, mas tenho fé e acredito que a gente paga por tudo que faz, porque a justiça de Deus existe. Esse bandido tirou a vida do meu filho e deve pagar e sofrer pelo que fez.

Da justiça divina ninguém escapa".
O pai de Everton, Norberto Belmont, não se conforma com a maneira como seu filho foi assassinado e, desde então, mudou o comportamento com a família e amigos. "Meu marido se fechou para o mundo. Até cinco meses após a morte de Everton, ele não fazia a barba, nem cortava o cabelo. Não participa de nenhuma manifestação de pedido por justiça, porque diz que isso tudo é palhaçada", confidenciou Ana.
A liberdade de Wagner Soares, que se apresentou à polícia quatro dias após cometer o crime, soa como uma provocação à família do gerente bancário. "Enquanto eu sofro de saudade do meu filho, o homem que o matou está se divertindo na casa de praia que reformou em Lucena e anda circulando por João Pessoa em carros que eram clonados pelo irmão, que foi preso no mês passado", comparou a mãe do bancário.

O irmão de Wagner, a quem Ana Glaúcia se refere, é Válber Soares Nóbrega, que foi detido no dia 5 de fevereiro, acusado de integrar um grupo que clonava veículos na capital, e que já possuía dois mandados de prisão expedidos pela Justiça da Paraíba. Válber já havia sido preso em 2006, quando tentava aplicar um golpe durante a venda de um terreno, no Estado de Pernambuco, e responde a, pelo menos, dez processos - nove deles por estelionato e um por tráfico de drogas.

Apesar da demora para o pronunciamento do réu, o promotor que vem acompanhando o processo sobre o assassinato de Everton Belmont, Edjaci Luna, acredita que o caso poderá ter um desfecho em breve. "Acredito que o julgamento do acusado seja marcado e realizado ainda este ano e que Wagner vai ser punido pelo crime que cometeu, que não teve nada a ver com legítima defesa", afirmou o representante do Ministério Público. O advogado de defesa, Abraão Beltrão, sustenta a tese de legítima defesa.
Familiares fazem novo protesto
Enquanto Wagner Soares da Nóbrega não é pronunciado pelo juiz Marcos William Oliveira e o julgamento não é marcado, a família de Everton reúne forças para não permitir que a morte do bancário seja apenas mais uma número nas estatísticas de homicídios da Paraíba. Na manhã desta segunda-feira, dia 14, familiares e amigos de Everton vão tomar a Praça João Pessoa para clamar por justiça. A manifestação deverá contar ainda com a presença de Hipernestre Carneiro, mãe da jovem Aryane Taís, que também morava em Jaguaribe e foi assassinada em abril do ano passado. A irmã de Everton, Elane Belmont, conta que não descansará enquanto não ver o acusado atrás das grades. "A prisão desse bandido não vai trazer Everton de volta, mas deverá diminuir a dor que ainda sentimos", disse.

Da Redação com O Norte

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