segunda-feira

Delegada descarta hipótese de homofobia em morte de travesti

O comerciante Antônio Silva, conhecido como Naldo, negou as acusações


A Polícia Civil descartou a hipótese de homofobia no assassinato de um travesti em Campina Grande. A delegada responsável pelas investigações do caso, Cassandra Duarte, concedeu uma entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (18) expondo detalhes do depoimento do menor de idade, que assumiu a autoria do crime.
A execução do homossexual Daniel Oliveira Felipe, de 24 anos, aconteceu na madrugada da última sexta-feira (15), mas ganhou repercussão nacional com a divulgação de imagens captadas por câmeras de monitoramento de trânsito (assista abaixo).


Na coletiva de hoje, a delegada também apresentou o irmão do adolescente. O comerciante Antônio Pereira da Silva, conhecido como Naldo, de 42 anos, é acusado pela Polícia Civil de ter ajudado a esfaquear o jovem. Segundo ela, o menor de idade disse ter sido o mentor intelectual do crime.
"Ele agiu com o intuito de se vingar porque teve R$ 800 roubados pelo homossexual cinco dias antes, durante o agenciamento de um programa com uma prostituta, que estava acompanhada por Daniel. Não há nenhum vestígio de que o crime tenha sido planejado pelo fato da vítima ser homossexual", revelou a delegada.
"Eu questionei porque ele não procurou a Polícia e prestou queixa, e ele disse que queria se vingar", complementou. Ainda segundo a delegada, o rapaz confessou tudo com tranquilidade e frieza.
A Polícia Civil também informou que o menor de idade e a vítima se conheciam, já teriam morado na mesma rua, e que o adolescente sabia onde o travesti trabalhava. De acordo com a família de Daniel, ele revelou que estava sendo perseguido nos últimos dias por um carro preto. O jovem se prostituía três vezes por semana, desde os 16 anos de idade na rua João Pessoa, no Centro.
Polícia acusa irmão de ter ajudado no crime
Acusado de ser coautor do crime, Antônio Pereira da Silva, conhecido como Naldo, é irmão do adolescente e dono de um trailer de lanches no Açude Novo. Ele foi apresentado à imprensa, mas recebeu orientações de seus advogados para não se pronunciar.
Apesar disso, ele demonstrou insatisfação durante a coletiva e chegou a negar, brevemente, qualquer envolvimento com o caso. 
Ele negou que o carro usado no crime fosse seu e que as armas apreendidas estivessem em sua casa. O advogado de defesa de Naldo, Cláudio Silva, informou que vai solicitar uma perícia das imagens para comprovar que seu cliente não participou da execução.
Durante a coletiva, o delegado regional Wagner Dorta apresentou armas supostamente utilizadas no assassinato: dois facões ainda com marcas de sangue.
Ainda foi mostrada uma espingarda calibre 12 que teria sido apreendida na casa de Naldo, e um fio de cabelo que seria da vítima. Todo o material será submetido a uma perícia.

Destino dos acusados
O adolescente será encaminhado para um abrigo provisório em Campina Grande. Já o comerciante, que teve mandado de prisão preventiva expedido, foi indiciado por homicídio e será transferido ainda nesta segunda-feira para o Presídio do Serrotão, onde aguardará o defecho das investigações.
Duas pessoas que também aparecem nas imagens do crime ainda são procuradas pela Polícia Civil. Eles foram identificados apenas pelos pré-nomes, que não foram revelados.
Veja matéria do Bom Dia Brasil

Da Redação com Paraíba 1

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